segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Meu endereço

Nos punhos as veias saltadas
das mãos que cercam meus braços
Seus olhos distantes, calados
E a penitência é cada um dos seus traços
que eu recordo com indescritíveis sensações
enquanto intermináveis descrições
me passam pela cabeça
Mas como pensar em algo lúcido?
E ponderado o bastante pra não te assustar.
Meus olhos perseguem seus sons
e não dependo mais de opiniões
Porque é inevitável perceber
como tudo me remete a você e só
Deixe estar como está, que no final a gente fica bem
E se não faz o sentido o que que tem?
A gente ainda se encontra.


 - Nina Volpini -



quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

O moço dos pombos

Hoje eu só quero um amor bobo, desses que a gente encontra na fila do supermercado e quando vê já virou amigo de infância.
Ou quem sabe ele esteja na praça, alimentando os pombos...
-Vai um farelo aí?
E surge aquele papo besta, sobre o tempo e a temperatura, que evolui para conversas existencialistas com a mera finalidade de obter algumas gargalhadas. Nada tão ínfimo como tentar impressionar alguém, é só o cara dos pombos!
Chega de amores sérios, casos complicados, discussões intermináveis.
Caso antigo então? Nem pensar! Se não deu certo antes, não vai dar certo agora, e eu to preguiçosa demais para pensar nessas coisas.
Hoje eu só saio de casa para ver o cara dos pombos, com seu sorriso de um milhão de dentes e a sua jaqueta surrada. Quem sabe se ele tiver mais farelos... Esse sim é um bom garoto.

- Nina Volpini -

Carinho

Carinho: É quando a gente não encontra nenhuma palavra para expressar o que
sente e fala com as mãos, colocando o afago em cada dedo.



Do Livro:
"O homem que veio da sombra" Luiz Gonzaga Pinheiro

sábado, 4 de dezembro de 2010

Apenas mais uma canção

E se eu disser que é tarde pra voltar atrás
Será que faz sentido?
Eu sinto. Eu sinto o tempo
E a todo tempo eu sinto muito

Mas se eu disser que é tarde pra voltar atrás
não vou correr perigo.
Eu já corri demais
eu já corri atrás
hoje eu não corro riscos.

- Nina Volpini -